Contadores ganham força e pedem carreira unificada no DF

Published On: 30/11/2025 17:42

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Setor contábil cobra valorização, padronização e atendimento prioritário na administração pública

Os profissionais de contabilidade do Distrito Federal vivem um momento de reorganização interna e fortalecimento institucional. Após anos de atuação fragmentada entre diferentes órgãos e carreiras do serviço público, a categoria passou a estruturar demandas conjuntas e a conquistar avanços no diálogo com o Governo do DF e com a Câmara Legislativa. A recente aprovação da lei que garante atendimento preferencial a contadores em órgãos públicos, somada à articulação por uma carreira própria e unificada, marcou um novo capítulo para o setor.

Segundo entidades representativas, o DF concentra aproximadamente 15 mil profissionais da contabilidade, além de cerca de 3 mil empresas contábeis, formando um universo que movimenta diretamente entre 30 e 40 mil trabalhadores. São profissionais que atuam como ponte entre o contribuinte e o Estado, garantindo a regularidade fiscal, a abertura de empresas, a análise de demonstrações contábeis, a obtenção de licenças, o cumprimento de obrigações acessórias e a transparência nos dados que alimentam a estrutura tributária do DF.

Apesar da relevância, o setor público ainda sofre com a ausência de uma carreira específica de contador. Atualmente, funções contábeis estão distribuídas em pelo menos 15 carreiras diferentes, cada uma com regras, atribuições e metodologias próprias. Segundo especialistas, essa fragmentação afeta diretamente a padronização das informações oficiais e repercute na consolidação das contas públicas do governo. No relatório mais recente, o Tribunal de Contas do DF fez ressalvas relacionadas justamente a inconsistências de natureza contábil.

A categoria defende que a criação de uma carreira unificada traria ganhos de controle, qualidade técnica e segurança administrativa. A proposta, que deve ser apresentada à governadora Celina Leão, tem como objetivo estabelecer critérios únicos, atribuições claras e procedimentos padronizados para todos os profissionais que atuam na área dentro do governo.

Outro ponto celebrado pelo segmento foi a aprovação da lei que garante atendimento preferencial aos contadores nos órgãos públicos do Distrito Federal. A medida, segundo as entidades, busca melhorar a eficiência do sistema tributário e reduzir o tempo gasto na resolução de demandas fiscais. Para os profissionais, a prioridade não representa privilégio, mas sim uma forma de qualificar o fluxo de informações: enquanto o contribuinte muitas vezes chega aos órgãos sem compreender notificações ou exigências legais, o contador apresenta a documentação já estruturada e tecnicamente precisa.

A valorização da categoria também é vista como um reflexo da atual reorganização institucional. O Conselho Regional de Contabilidade do DF (CRC-DF), em parceria com associações e entidades do setor, tem ampliado a interlocução com parlamentares e gestores públicos para defender pautas de modernização, qualificação técnica e reconhecimento profissional. Representantes lembram que a contabilidade não atua apenas na rotina fiscal, mas é um dos pilares do ambiente de negócios, influenciando diretamente geração de empregos, regularidade empresarial e segurança jurídica.

O fortalecimento da categoria abre caminho para novos debates, como a atualização tecnológica, a capacitação contínua e a ampliação do diálogo com o setor produtivo. Para as entidades, o momento é de reorganização e estratégia: unificar carreiras, garantir estrutura adequada e consolidar a participação dos profissionais de contabilidade nas decisões que influenciam o desenvolvimento econômico do Distrito Federal.

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