Evento reúne escolas, bandas e projetos sociais em uma celebração que reforça identidade, história e união da comunidade

O Cruzeiro viveu neste fim de semana uma das celebrações mais marcantes de seus 66 anos, quando cerca de 800 pessoas ocuparam as ruas da região em um desfile cívico que devolveu à comunidade um sentimento coletivo de orgulho e pertencimento. A programação, organizada pela Administração Regional, levou escolas públicas, bandas marciais, projetos sociais, coletivos culturais e lideranças locais para uma manhã que combinou memória, tradição e renovação do espírito comunitário.

Embora Brasília seja conhecida por seus grandes eventos no centro político do país, são momentos como esse — mais íntimos, locais e cheios de afeto, que revelam a verdadeira força das regiões administrativas. Pela primeira vez, todas as escolas públicas do Cruzeiro desfilaram juntas, levando alunos vestidos com cores, bandeiras e projetos pedagógicos que revelam a identidade educativa da região. Para muitos estudantes, foi a primeira participação em um evento cívico de grande porte, algo que professores classificaram como “experiência formadora”.

O desfile também contou com a presença da Banda do Exército, que abriu a programação com um repertório que misturou clássicos militares e músicas populares, arrancando aplausos do público que se espalhou pelas calçadas. Grupos como a Academia Cruzeirense de Letras, a Associação Paz e Amor, o Fut Down e o Conselho de Cultura do Cruzeiro marcaram presença, demonstrando a pluralidade social e cultural que compõe o cotidiano da cidade.

A celebração seguiu com corte de bolo, passeio ciclístico de 12 quilômetros pelas principais avenidas e uma feira com artesanato, gastronomia, exposições históricas e fotografias antigas do bairro — um convite para revisitar as raízes e reconhecer a evolução do Cruzeiro ao longo das décadas. Moradores mais antigos relembraram histórias da construção da cidade, enquanto novos residentes descobriram curiosidades sobre a formação da região, que nasceu para abrigar trabalhadores da construção civil e cresceu com a chegada de famílias de diferentes partes do país.

Durante o evento, representantes da administração destacaram que o objetivo do desfile não era apenas comemorar o aniversário, mas também fortalecer os laços entre governo e população, estimulando o engajamento comunitário. A ideia é que celebrações como essa se tornem parte permanente do calendário local, consolidando tradições e incentivando a participação das escolas, associações e moradores.

A presença de crianças, jovens, idosos, artistas, atletas, lideranças religiosas e sociais tornou o evento múltiplo e vivo, um retrato fiel da diversidade do Cruzeiro, que segue se reinventando sem perder suas raízes. Em um DF onde a velocidade da política e das obras costuma ocupar o protagonismo, o desfile mostrou que a identidade comunitária também merece espaço e atenção.

Mais do que uma comemoração, o que se viu nas ruas foi um lembrete de que uma cidade se constrói com memória, pertencimento e gente. E o Cruzeiro, mais uma vez, mostrou que sabe fazer isso com autenticidade.