Brasileiros esperam ações concretas na COP30
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Pesquisa revela otimismo e cobrança por protagonismo do Brasil e maior responsabilidade global no combate à crise climática
Uma pesquisa nacional revelou que a população brasileira deposita grandes expectativas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para 2025 em Belém (PA). Para a maioria dos entrevistados, o evento pode representar um divisor de águas na luta contra a crise climática.
Segundo o levantamento, 90% acreditam que a COP trará impacto prático no combate às mudanças climáticas. Além disso, 83% defendem que o governo brasileiro deve investir mais em soluções sustentáveis, enquanto 81% esperam maior responsabilidade dos países ricos, considerados os maiores emissores de poluentes.
A cobrança também se estende ao setor privado: 82% dos brasileiros exigem ações concretas de grandes empresas para reduzir impactos ambientais. Esse consenso raro reflete uma mensagem clara: a sociedade quer menos discursos e mais cooperação efetiva entre governos, empresas e organismos internacionais.
Para muitos, sediar a conferência é uma oportunidade de o Brasil assumir protagonismo global. O estudo mostra que 74% da população atribui nota entre 8 e 10 para a importância da COP30, enxergando o evento como um marco para liderar soluções climáticas e gerar impactos positivos no cotidiano da população.
Entre as prioridades apontadas estão a preservação de florestas e biodiversidade, a transição para energias renováveis e de baixa emissão, além da adaptação aos efeitos do aquecimento global. No entanto, também surgem preocupações: 43% consideram suas cidades despreparadas para eventos climáticos extremos, 39% avaliam que seus estados não estão prontos e 46% acreditam que o país como um todo carece de preparação.
Outro ponto destacado é a desigualdade social: os impactos da crise climática afetam principalmente quem tem menos recursos para se proteger, aumentando a vulnerabilidade das populações mais pobres.
Apesar do otimismo, os desafios logísticos e estruturais de Belém têm gerado debates. Hospedagens com preços até 15 vezes acima do normal, desmatamento ligado a obras de infraestrutura e incertezas sobre a capacidade de organização colocam pressão sobre o governo brasileiro. Ainda assim, autoridades reforçam que “não há plano B” para o evento.
A COP30, portanto, surge como uma vitória simbólica e um teste real para o Brasil: ao mesmo tempo em que pode consolidar a imagem do país como líder na agenda climática, também exigirá respostas rápidas e concretas para problemas que refletem a própria crise que o mundo busca enfrentar.